Leia reportagem de Fernanda B. Müller, do Instituto Carbono Brasil, sobre o III Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras, realizado pela Rede CLIMA de 10 a 12 de dezembro de 2013 em Florianópolis.

 

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias6/noticia=735987

conclimaNos dias 9 a 13 de setembro de 2013 será realizada em São Paulo a 1ª CONCLIMA – Conferência Nacional da Rede CLIMA, INCT para Mudanças Climáticas (INCT-MC) e Programa Fapesp de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
O objetivo é apresentar os resultados das pesquisas e o conhecimento gerado por esses importantes programas e projetos – um ambicioso empreendimento científico criado pelos governos federal e do Estado de São Paulo para prover informações de alta qualidade em estudos de clima, detecção de variabilidade climática e mudança climática, e seus impactos em setores chaves do Brasil.
Mais informações: http://conclima.ccst.inpe.br/?page_id=36

 

PARIS, 24 Mai 2012 (AFP) -O uso maciço de recursos hídricos em nosso planeta paradoxalmente tem sido responsável por grande parte da alta do nível dos oceanos constatado ao longo das últimas décadas, calcularam climatologistas em um estudo publicado este domingo.

O nível médio dos mares do mundo aumentou, em média, 1,8 milímetro ao ano no período compreendido entre 1961 e 2003, segundo medições feitas ao longo da costa por marégrafos, instrumentos que registram o fluxo e refluxo das marés.

Os cientistas procuravam, depois de um longo tempo, determinar com precisão a proporção desta elevação que poderia ser atribuída ao aquecimento global. Em seu célebre relatório de 2007, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) tinha chegado a uma estimativa de alta de 1,1 mm neste período, sobretudo devido ao efeito da "dilatação térmica dos oceanos" - fenômeno que ocorre quando a água quente ocupa um volume maior do que a água fria - e do derretimento das geleiras e das calotas polares.

Restava, ainda, uma alta de 0,7 mm ao ano para elucidar, um mistério que levou muitos cientistas a se interrogarem sobre a validade de seus cálculos.

Em um estudo publicado na revista científica britânica Nature Geoscience, uma equipe chefiada por Yadu Pokhrei, da Universidade de Tóquio, calcula que esta alta inexplicável estaria ligada, essencialmente, à água extraída de lençóis freáticos e de lagos para consumo humano.

Certamente, a extração desta água se traduziu, inicialmente, por um recuo muito sutil do nível dos mares. Mas sendo consumida ou evaporada, a água retirada (e geralmente nunca reposta) acaba, na maioria dos casos, chegando ao limite do esgotamento, segundo estimativas de modelos informáticos.

"No total, o uso irracional da água subterrânea, sua captação nos reservatórios artificiais, o impacto das mudanças climáticas nas reservas terrestres de água e as perdas d''água em bacias fechadas (nr: lagos e mares interiores) contribuíram para uma elevação do nível do mar de 0,77 mm ao ano, em média, entre 1961 e 2003, respondendo a cerca de 42% da alta observada", avaliou o estudo.

No relatório de 2007 que constatou que as emissões de gases estufa originárias de atividades humanas são responsáveis pelo aquecimento global, o IPCC calculou que o nível dos oceanos aumentaria de 18 a 59 centímetros até o fim do século XXI, mas este cálculo não levou em conta o impacto potencial do derretimento do gelo, que poderia ameaçar certas cidades costeiras e deltas se a tendência atual de aquecimento se mantiver.

fonte:

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5792843-EI294,00-Consumo+humano+de+agua+tambem+e+responsavel+pelo+aumento+do+nivel+dos+mares.html

 

O diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, James Hansen, considerado um dos cientistas que mais tem alertado ao longo dos anos sobre os impactos das mudanças climática, disse nesta semana que o problema é maior do que se pensava.
"Minhas projeções sobre o aumento da temperatura global demonstraram ser verdadeiras. Mas falhei em prever a rapidez (das mudanças)", disse Hansen em um artigo publicado no jornal americano The Washington Post.
No texto "A mudança climática está aqui e é pior do que pensávamos", o cientista diz que, quando testemunhou diante do Senado americano, no verão de 1988, traçou "um panorama obscuro sobre as consequências do aumento contínuo da temperatura impulsionado pelo uso de combustíveis fósseis".
"Tenho uma confissão a fazer", disse, no artigo. "Fui muito otimista." O novo estudo teve sua publicação pela revista da Academia de Ciências dos EUA (Proceedings of the National Academy of Sciences) antecipada após o artigo de Hansen no jornal.
"Verões extremos"
Segundo Hansen, os verões de calor extremo registrados recentemente em diversos pontos do planeta provavelmente são resultado do aquecimento global.
Entre os episódios atribuídos à mudança climática, ele cita a seca do ano passado nos Estados americanos do Texas e de Oklahoma, as temperaturas extremas registradas em Moscou em 2010 e a onda de calor que atingiu a França em 2003.
As variações climáticas naturais podem ser muito amplas e a relação entre fenômenos extremos e aquecimento global é tema de intensa controvérsia.
No entanto, Hansen afirma que as recentes ondas de calor estão vinculadas à mudança climática e que a nova análise estatística realizada por ele e outros cientistas da Nasa mostra claramente esse vínculo.
Os cientistas da Nasa analisaram a temperatura média no verão desde 1951 e mostraram que em décadas recentes aumentou a probabilidade do que definem como verões "quentes", "muito quentes", e "extremamente quentes".
Os verões "extremamente quentes", dizem, se tornaram mais frequentes. Desde 2006, cerca de 10% da superfície em terra (não sobre o mar) no hemisfério norte tem registrado essas temperaturas extremas a cada verão.
Hansen disse que é necessário que o público entenda o significado do aquecimento global devido à ação humana.
"É pouco provável que as ações para reduzir as emissões de gases alcancem os resultados necessários enquanto o público não reconhecer que a mudança climática causada pela ação humana está ocorrendo", disse.
"E perceber que haverá consequências inaceitáveis se não forem tomadas ações eficazes para desacelerar este processo."
Reações
De acordo com o analista de meio ambiente da BBC, Richard Black, o estudo de Hansen foi recebido com reações diversas pela comunidade científica. Andrew Weaver, da Universidade Victoria, no Canadá, disse que o estudo é um trabalho "excelente", que requer uma pergunta diferente da feita por Hansen e seus colegas.
"Perguntar se isso se deve à mudança climática é equivocado", disse Weaver. "O que podemos perguntar é o quão provável é que isso pudesse ocorrer na ausência do aquecimento global. É tão extraordinariamente improvável que a causa tem que ser o aquecimento global."
Mules Allen, professor da Universidade de Oxford, disse que o estudo concorda em linhas gerais com análises prévias, mas observa que a interpretação vai "além do que muitos cientistas aceitariam sem problemas".

Fonte:http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6060511-EI19408,00-Cientista+da+Nasa+mudanca+climatica+e+pior+do+que+se+pensava.html