Em Doha, governo brasileiro conta com a extensão do Protocolo de Kyoto de forma amistosa entre os países. A conferência deve marcar também o lançamento das negociações do novo pacto global para redução das emissões.
A próxima Conferência do Clima vai marcar um novo capítulo na luta contra o aquecimento global. É o que governo brasileiro espera da COP 18, que começa em 26 de novembro, em Doha, capital do Qatar. A reunião vai definir como será o próximo período do Protocolo de Kyoto, previsto para entrar em vigor já em janeiro de 2013. A primeira fase do tratado que estabelece o corte de emissões de gases estufa nas nações industrializadas vence em 31 de dezembro desse ano.
O embaixador brasileiro que participará das negociações, Luiz Alberto Figueiredo, diz não contar com surpresas desagradáveis. "É pouquíssimo provável que o segundo termo de Kyoto não seja acertado nesta conferência", disse à DW Brasil. Segundo Figueiredo, ainda não está claro se o novo protocolo valerá por cinco ou oito anos, mas as negociações correm em um "bom clima".
Ainda assim, os tradicionais atritos entre países industrializados, emergentes e em desenvolvimento devem aparecer no Qatar. Sobre um nível maior de ambição dos negociadores emergentes, cobrado pela União Europa, Figueiredo rebate: "A Europa está pronta para aumentar de 20% para 30%? Ou seja, aumentar seu nível de ambição? Por que senão é muito estranho que eles queiram entrar em uma discussão para a qual eles não estejam preparados", ironizou a meta do bloco, que é de reduzir até 2020 em 20% as suas emissões com base em 1990.

Pacto global e a voz da ciência
A decisão sobre os ajustes do Protocolo de Kyoto ficou para a última hora. O debate espinhoso se arrasta desde a conferência de 2009, em Copenhague, que ficou famosa pelo fracasso nas negociações. Dos atuais 192 signatários do acordo, poluidores de peso, como Rússia e Canadá, já abandonaram a causa. União Europeia e Austrália continuarão firmes no segundo período. Juntas, as nações signatárias do primeiro período, que vigora desde 2005, são responsáveis por 63,7% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa.
Figueiredo classifica a COP 18 como uma "conferência de implementação", ou seja, hora de colocar a discussão em prática. Além das regras do novo Kyoto, a reunião deve pavimentar a base para o próximo grande pacto de proteção climática, batizada de Plataforma de Durban. O documento foi assinado na África do Sul, em 2011, e vai definir metas obrigatórias de corte de emissões para todos os países. Nesta lista, que também inclui o Brasil, entram países como Estados Unidos e China, maiores poluidores da atualidade.
"Nós estamos fazendo exatamente o que o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) recomendou aos países industrializados, que é reduzir as emissões. É o que a ciência recomenda. Eu não posso dizer o mesmo dos países desenvolvidos. Estamos fazendo o nosso trabalho e esperamos que os outros façam o mesmo", respondeu Figueireido sobre a possível inclusão do Brasil em um acordo obrigatório.
As negociações para o pacto climático global que a Plataforma de Durban irá fundar só começam de fato no ano que vem. Essa nova ferramenta, que vai combater o aquecimento global, deve ser adotada até 2015 e começar a valer a partir de 2020. "Essa será uma nova página na história da UNFCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima)", classificou o embaixador Andre Correia do Lago, que chefia o departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.

Perto do limite
O próximo relatório do IPCC é aguardado com ansiedade. O órgão já indicou que o conteúdo, que será publicado entre 2014 e 2015, causará ainda mais estrondo que a última edição, lançada em 2007. A análise científica reunirá evidências de impactos irreversíveis provocados pelas mudanças climáticas no mundo, e indicará com mais precisão os efeitos previstos caso o planeta continue aquecendo.
O último documento afirmou que as temperaturas globais devem subir entre 1,8 ºC e 4,0 ºC até 2100, se o mundo continuar se movendo no atual ritmo – à base de combustível fóssil. Segundo a análise do IPCC, a regra para que o planeta não aqueça mais do que 2ºC é evidente: as emissões de CO2 não podem ultrapassar 450 partes por milhão. O nível atual é de 370.
fonte: http://www.dw.de/confer%C3%AAncia-do-clima-entra-em-nova-fase-de-luta-contra-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas/a-16385020

 

Emissões cresceram 3,2% entre 2010 e 2011. China é campeã de poluição.

 

As emissões de gás carbônico (CO2) atingiram em 2011 um novo recorde mundial. É o que mostra relatório divulgado nesta quinta-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE), com sede em Paris. De acordo com o levantamento, houve alta de 3,2% em relação ao ano anterior. A emissão de CO2 na atmosfera chegou a 31,6 giga toneladas em 2011 - 1 giga tonelada a mais do que em 2010. Cada giga tonelada equivale a 1 bilhão de toneladas.
Desse total, 45% das emissões correspondem à queima de carvão, seguido da queima de óleo (35%) e de gás natural (20%). O último recorde havia sido registrado em 2010, quando a emissão atingiu 30,6 giga toneladas. Até então, o recorde datava de 2008, quando os níveis de CO2 lançados na atmosfera alcançaram 29,3 giga toneladas.

Os campeões — A China foi o principal emissor global, com um aumento de 9,3% em suas emissões. Os chefes da AIE, contudo, estão otimistas em relação aos efeitos das ações chinesas para reduzir a poluição. "O que a China tem feito ao longo de um período tão curto de tempo para melhorar a eficiência energética e implantar energia limpa já está pagando dividendos importantes para o meio ambiente global", disse Fatih Birol, economista-chefe da AIE. Entre 2005 e 2011 o país conseguiu reduzir as emissões de CO2 em 15%.

Depois da China, Estados Unidos e União Europeia aparecem como os principais emissores. A Índia ocupa o quarto lugar, com um aumento de 8,7% em suas emissões. As emissões do Japão subiram 2,4%, já que o país passou a usar mais combustíveis fósseis após os estragos na usina nuclear de Fukushima, no ano passado.

Queda — Ainda que os Estados Unidos estejam na lista dos maiores emissores de CO2, ocupando a segunda posição, o país apresentou uma queda de 1,7% em relação ao ano anterior. Essa redução foi causada principalmente pela substituição de usinas a carvão para gás natural e refletem também o inverno mais brando do ano passado, que reduziu a demanda por aquecimento.

Rio +20 — O relatório foi divulgado a menos de um mês do início da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, que vai reunir autoridades do mundo todo no Rio de Janeiro para discutir, entre outras questões, o problema do aquecimento global.

Fonte:http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/emissao-mundial-de-gas-carbonico-bate-recorde-historico

Esgotamento do oxigênio cria zonas mortas

 

ESTOCOLMO, Suécia – O florescimento de algas está sufocando o Mar Báltico e 540 outros sistemas costeiros em todo o mundo.

Na última década, a área considerada “zona morta” cresceu de 22% para 28% no Mar Báltico, que faz fronteira com Suécia, Finlândia, Alemanha, Polônia e outros países do Leste Europeu.

É uma tendência comum em corpos de água costeiros em todo o mundo: escoamentos químicos da agricultura alimentam as algas até que consumam todo o oxigênio necessário para a vida marinha.

“As zonas mortas estão crescendo no Mar Báltico, principalmente devido a um processo chamado de eutrofização”, explica Pauli Merriman, diretor do programa do ‘Fundo Mundial para a Natureza’ (WWF). “É o que acontece quando o excesso de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, são transportados da terra para o mar.”

Os nutrientes alimentam e aumentam a proliferação das algas, o que não só afeta negativamente o turismo como suja o mar, além de consumir o oxigênio em quantidades que o mar não suporta.

A agricultura representa a maior parte do escoamento dos nutrientes, mas a tratamento deficiente de águas residuais também resulta em eutrofização.

O Prof. Emérito Bob Diaz, do Instituto Virgínia de Ciência Marinha, um dos maiores especialistas em zonas mortas, publicou no fim de fevereiro com outros especialistas um relatório das Nações Unidas de planejamento para o meio ambiente intitulado “Nosso mundo de nutrientes”.

“Identificamos 540 sistemas costeiros no mundo que sofrem com a poluição por nutrientes e condições de baixo oxigênio, bem como 220 outras áreas de preocupação”, disse Diaz, segundo um artigo publicado no website do Instituto Virgínia de Ciência Marinha. “Procedimentos mais sábios para fabricação e uso de compostos de nitrogênio são fundamentais para qualquer tentativa séria de restaurar a saúde das águas costeiras e a vida marinha.”

Diaz citou a recuperação bem sucedida de 60 locais que foram colocados numa “dieta de poluição”. Ele disse que este sucesso é um bom augúrio para o maior estuário norte-americano, a Baia Chesapeake; a Agência de Proteção Ambiental dos EUA está agora limitando a quantidade de nitrogênio e fósforo que pode entrar no estuário.

Algumas vidas marinhas são versáteis e podem se afastar das áreas próximas do fundo do mar, onde os níveis de oxigênio são mais baixos, mas outras simplesmente morrem quando o oxigênio é esgotado.

“Organismos diferentes têm diferentes níveis de tolerância”, explicou Cecilia Lundblad da Agência Sueca de Proteção Ambiental. “Mas um nível de cerca de 2 miligramas por litro de água é considerado como limite para a maioria das espécies”, explicou ela.

“No entanto, nem toda a depleção de oxigênio é devido à eutrofização”, disse Merriman. “Isso também é causado pela natureza sensível do mar.”

O Mar Báltico é um mar relativamente fechado com lenta troca de águas. Áreas que têm menor oferta de água e altos níveis de nutrientes são mais suscetíveis à depleção de oxigênio.

Na década de 1960, o bacalhau era abundante desde o extremo sul ao extremo norte do Golfo de Botnia. Hoje, os pescadores de bacalhau só encontram sua pesca na parte sul do Mar Báltico. As espécies de peixes mais sensíveis, como o bacalhau, badejo e linguado, são os primeiros a desaparecer.

“Na situação atual, a falta de oxigênio é tão grande que dificilmente podem suportar mais”, disse Bertil Hakansson, diretor de gestão marinha da ‘Agência Sueca para a Gestão Marinha e da Água’. “No entanto, ainda há um risco de que mais fósforo seja liberado do fundo do mar em áreas que agora têm pouco oxigênio e [essas áreas podem] tornar-se totalmente sem oxigênio.”

Países da Convenção de Helsinque tem um plano de ação comum para o ambiente do Mar Báltico e para deter a eutrofização. Seu objetivo é conseguir um bom equilíbrio ecológico até 2021.

“A troca de água entre o Norte e o Mar Báltico está fora de controle, mas isso também é o pulmão do Mar Báltico”, disse Maria Laamanen, secretária da Comissão Helsinque. “A medida mais eficaz a ser tomada é reduzir os aportes de nutrientes para o mar para reduzir a quantidade de algas e matéria orgânica em decomposição.”
Autor: Madeleine Almberg


O Governo australiano anunciou hoje planos para criar a maior rede mundial de parques marinhos para proteger a vida no oceano, com limites impostos à pesca e exploração de petróleo e gás ao largo da costa.

As novas reservas irão abranger 3,1 milhões de quilómetros quadrados ou mais de um terço das águas australianas.

Este anúncio surge depois de anos de planeamento e consulta e antes do arranque da conferência Rio+20 sobre Desenvolvimento Sustentável, que terá lugar na próxima semana no Brasil.

"É tempo de o mundo dar um passo em frente no que se refere à proteção dos nossos oceanos e a Austrália lidera hoje esse próximo passo", afirmou o ministro australiano do Ambiente, Tony Burke, durante os preparativos para a conferência Rio+20.

Burke explicou que "esta nova rede de reservas marinhas vai ajudar a garantir que o ambiente marinho diversificado da Austrália, e a vida que ele suporta, se mantêm saudáveis, produtivos e resistentes para as gerações futuras".

A rede vai aumentar o número de reservas de 27 para 60, expandindo a proteção de criaturas como a baleia azul, a tartaruga verde, tubarão-enfermeiro e o dugongo.

Apesar de serem impostos alguns limites às empresas energéticas, algumas áreas da costa oeste da Austrália continuarão a estar abertas à exploração de petróleo e gás.

A pesca comercial será, porém, bastante afetada e alguns negócios deverão receber do Governo milhões de dólares de compensações pelas novas restrições à sua atividade.

"Nos próximos meses, o Governo vai consultar a indústria pesqueira e as agências de gestão das pescas sobre o desenvolvimento e implementação de um pacote de ajuda ao setor", garantiu o ministro australiano do Ambiente.

As novas reservas marinhas da Austrália deverão ser oficialmente anunciadas antes do final do ano, depois de um período de consulta de 60 dias.

fonte:http://sicnoticias.sapo.pt/vida/2012/06/14/australia-vai-criar-as-maiores-reservas-marinhas-do-mundo