Executado em supercomputador do Inpe, em São José dos Campos, o SIMCos prevê o movimento e a altura das ondas em 61 pontos do litoral.

Atividade das ondas nas costas: sistema contempla a simulação da energia contida nas ondas que atingirão determinado litoral nos próximos cinco dias
São Paulo - O monitoramento e a previsão de processos costeiros são atividades que interessam a diversos setores da sociedade. Dados sobre as ondas marítimas provenientes de simulações computacionais permitem identificar a geração e a chegada de eventos energéticos, como ciclones, de modo a orientar atividades navais, de pesca e exploração de petróleo.
O Brasil acaba de ganhar uma ferramenta de modelagem matemática voltada a esse tipo de análise. O Sistema de Previsão e Monitoramento Costeiro (SIMCos) foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) para simular diversas características das ondas que chegam à costa brasileira.

A plataforma produz informações sobre altura significativa, altura potencial, período e direção de ondas que atingem 61 pontos distintos do litoral do país. Os atributos simulados são gerados a partir de dados de ventos de superfície (10 metros acima do mar).

“Calibramos o modelo com base na climatologia das ondas dos últimos 30 anos, de 1979 a 2010. Os ventos de superfície foram calculados a partir de um esquema matemático conhecido como assimilação de dados. Este mistura observações e resultados de modelos com resolução temporal de uma hora e espacial de 0,3125 grau”, explica o coordenador do projeto Valdir Innocentini, do Inpe.

O SIMCos faz parte do projeto temático da Fapesp “SMCos: sistema de monitoramento e estudos de processos costeiros”. Iniciado em 2007, o estudo contou com a participação de geólogos, oceanógrafos, meteorologistas, físicos e matemáticos. Um website, em fase de testes, foi criado pela equipe para disponibilizar ao público em tempo real as simulações geradas pelo sistema para os próximos dias.

Ampla cobertura

O diferencial do SIMCos não reside na criação do modelo matemático em si, pois este é amplamente conhecido pelos oceanógrafos. A novidade do projeto é a implementação dessa modelagem em um sistema que prevê e monitora o movimento e a altura das ondas em diversos pontos ao longo de toda a costa brasileira.
Outro destaque é a simulação e o monitoramento da altura potencial da onda nos pontos analisados. Este cálculo mostra o fluxo de energia presente, um produto do quadrado da altura pelo tempo entre a passagem de dois picos consecutivos de ondas.
O pesquisador do Inpe afirma que, muitas vezes, ondas que são baixas em alto-mar, se possuírem grande altura potencial, tornam-se altas quando atingem regiões próximas à costa, provocando a movimentação de sedimentos com efeitos erosivos. Isso representa um perigo para os banhistas e navegantes.

O sistema brasileiro contempla a simulação da energia contida nas ondas que atingirão determinado litoral nos próximos cinco dias, em intervalos de três horas. O SIMCos apresenta ainda gráficos que mostram a probabilidade de se ter ondas entre 0,5 e 6 metros de altura em cada um dos 61 pontos analisados.

Essas regiões que integram o sistema foram selecionadas de forma a contemplar toda a costa brasileira. Segundo Innocentini, rodar o modelo diariamente para todo o litoral do país seria inviável por causa da elevada necessidade de processamento computacional.

Em alto-mar, acima de 100 metros de profundidade, modelos matemáticos conseguem prever o movimento das ondas continuamente ao redor do globo. “Já em águas rasas, a velocidade das ondas diminui e a física envolvida no processo se torna mais complexa, o que dificulta a criação de processos eficientes de simulação e exige o uso de computadores de alta performance para rodar tais modelos”, conta Innocentini.

O SIMCos é executado atualmente no supercomputador Robura, que custou R$ 200 mil e conta com 120 processadores, no Inpe em São José dos Campos.

Próximas etapas

Os dados sobre ventos de superfície que abastecem o SIMCos foram extraídos de modelos atmosféricos, pois não há equipamentos que realizem tal medição ao longo da costa brasileira.
Innocentini explica que isso não enfraquece as informações geradas pelo sistema por duas razões. Uma delas é que esses modelos atmosféricos possuem um elevado nível de precisão nos dados produzidos.
A segunda razão é que os pesquisadores brasileiros compararam os resultados do SIMCos com informações sobre altura de ondas provenientes de satélites, boias e modelos matemáticos consolidados que analisam processos costeiros no oceano Atlântico Norte, obtendo similaridade de dados em ambos os casos.

O próximo passo da pesquisa é combinar alguns dados gerados pelo SIMCos com o modelo hidrodinâmico (MOHID) de circulação costeira, desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico (IST), em Portugal. Este simula as correntes marítimas mais próximas à costa, as marés, o transporte de sedimentos e a erosão.

O uso combinado desses sistemas permitirá a avaliação, por exemplo, do impacto de empreendimentos humanos no transporte de sedimentos em áreas costeiras.

Eventuais ondas gigantes podem modificar de forma severa a costa de uma região. Ao longo do tempo, entretanto, outras correntes vão reconstruir gradativamente a área afetada.

“Se ocorre alguma interferência humana, como a construção de um porto ou molhes, o fluxo das correntes reconstrutoras pode ser interrompido e os sedimentos daquela região não serão mais recuperados. Nosso modelo pode apontar esses casos”, explica Innocentini.

O SIMCos, aliado ao MOHID, pode ser empregado ainda na análise do impacto de fenômenos climáticos como o El Niño e na alteração do nível médio do mar sobre as ondas e regiões costeiras do Brasil.

fonte: Luiz Paulo Juttel, da agência.Fapesp.br


Iniciativa é uma parceria com o Núcleo de Economia Socioambiental da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (NESSA- USP) e pode ser acessado no site www.forumempresarialpeloclima.org.br
O Observatório de Políticas Públicas de Mudanças do Clima foi lançado ontem, 6 de novembro de 2012, durante a realização do 3º. Seminário Internacional do Fórum Clima.
O Observatório tem por objetivos, entre outros: acompanhar e atualizar a harmonização das políticas públicas para mudanças no clima à medida que novas legislações forem sendo criadas nas Unidades da Federação e no governo federal; consti tuir-se num instrumento de informação organizada e analítica e de mobilização, contribua com os avanços para a harmonização; aprimorar as análises críticas acerca dos desafios de harmonização das políticas estaduais entre si e em relação à legislação nacional.
A atualização do Observatório de Políticas Públicas do Fórum Clima está sob a coordenação do Núcleo de Economia Socioambiental da Universidade de São Paulo (Nesa-USP), que já é responsável pelo contato permanente com os responsáveis pela agenda do clima nas diversas unidades da Federação.
Quem quiser consultá-lo, basta acessar www.forumempresarialpeloclima.org.br
O que é o Fórum Clima - O Fórum Clima – Ação Empresarial sobre Mudanças Climáticas é um exemplo de como a iniciativa privada tem contribuído para o avanço da agenda de clima em nosso país. Criado para acompanhar os compromissos da Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas, o Fórum Clima é composto por empresas e organizações que acreditam que o setor empresarial pode dar contribuição decisiva para a necessária transição mundial para uma economia de baixo carbono; aproveitando novas oportunidades de negócios e ao mesmo tempo reduzindo significativamente os impactos negativos das mudanças climáticas globais sobre o planeta. O grupo conta com a participação de 17 empresas e duas organizações apoiadoras. O Instituto Ethos é responsável pela secretaria executiva do projeto.
O que é a Carta Aberta ao Brasil - A Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas foi lançada em agosto de 2009, por lideranças empresariais que por meio deste documento assumiram um conjunto de compromissos voluntários, dentre os quais a redução de suas emissões de carbono e, também propuseram ações ao governo federal que diziam respeito ao seu posicionamento na COP 15 e à gestão interna da questão. Tais contribuições fortaleceram a posição do Brasil no sentido de ser um dos poucos países a assumir, na Conferência do Clima de Copenhagen, a meta nacional voluntária de redução dos gases causadores do efeito estufa (GEE) entre 36,1% e 38,9% até 2020.
3º. Seminário Internacional Fórum Clima – Realizado também na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na manhã desta terça-feira, dia 6 de novembro de 2012, o 3º. Seminário Internacional Fórum Clima apresentou um balanço das ações em 2011-2012 e o resultado do monitoramento dos compromissos das empresas que compõem essa iniciativa.
O evento contou com a presença de Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, que faz a secretaria executiva do Fórum Clima; Ricardo Abramovay, economista e professor da USP, Manish Bapna, da ong WRI, responsável pela publicação “O Estado do Mundo”; e Karen Cobe, representando o Ministério do Meio Ambiente, bem como representantes das empresas que integram o Fórum Clima e participantes de outras empresas.
Na oportunidade, o Fórum Clima apresentou um balanço das ações adotadas durante o ano e o monitoramento dos compromissos das empresas com relação às mudanças do clima. Entre as ações gerais que o Fórum Clima pôs em prática no último ano, destacam-se: a publicação “O desafio das harmonizações das políticas públicas de mudanças climáticas”, levantamento conduzido pelo Núcleo de Economia Socioambiental da USP (Nesa USP), sob a orientação do engenheiro florestal Tasso Azevedo e do economista Ricardo Abramovay; apresentações sobre os desafios empresariais com as mudanças do clima na Rio +20, no congresso da Associação Brasileira da Indústria de Limpeza e Afins (Abipla). Na Rio = 20, o Fórum Clima foi convidado a organizar o painel “As empresas e a economia de baixo carbono” no Rio Climate Challenge (RCC), evento com o objetivo de simular uma negociação internacional sobre clima capaz de atender à demanda da ciência perante o aquecimento global.
Outra realização foi o estabelecimento do Grupo de Trabalho a Engenharia e Construção Civil, liderado por construtoras como Andrade Gutierrez , OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht. O GT discute e prepara um guia metodológico específi co para o setor de engenharia e construção para apoiar empresas do setor na elaboração dos inventários de GEE.
Monitoramento – As empresas participantes do Fórum Clima elaboraram dimensões e indicadores para monitorar os compromissos assumidos com relação ás mudanças do clima.
As cinco dimensões são Comunicação, Governança, Gestão de Emissões, Cadeia de Valor e Responsabilidade Compartilhada.
Os indicadores em cada uma dessas dimensões são: Transparência (para Comunicação); Política e Tomada de Decisões a respeito das mudanças do clima (Governança); Elaboração de Inventário e Redução Contínua de GEE (Gestão de Emissões); Engajamento de Fornecedores e Engajamento de Clientes (Cadeia de Valor); Engajamento com a Sociedade e Engajamento Setorial (Responsabilidade Compartilhada).
Ao aplicar esses indicadores às práticas empresariais, observou-se, por exemplo, que 56% das empresas do Fórum Clima adotaram políticas, procedimentos, parâmetros e/ou diretrizes em gestão de emissões de GEE na tomada de decisão da empresa; 87% publicaram inventário de emissões de GEE; 93% alteraram processos produtivos ou operacionais para reduzir GEE.
Por:Clean Barros
Fonte:

http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=96910:-forum-clima-lanca-observatorio-de-mudancas-climaticas-&catid=50:cat-demais&Itemid=331

 

A gestão da zona costeira brasileira perante a nova Lei Florestal foi discutida nesta terça-feira (30/10), em Brasília, na 44ª Reunião Ordinária do Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (Gi-Gerco). Ligado à Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), é formado por representantes de 15 ministérios, Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Ministério Público Federal e universidades de todo o país.

Após detalhar tópicos da lei, entre eles o artigo 11, que define a zona costeira como patrimônio nacional e sua ocupação e exploração devem ser de modo ecologicamente sustentável, o presidente do Grupo Gi-Gerco e diretor de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adalberto Eberhard, abordou o item da lei que trata dos zoneamentos costeiros. “Assim como cada estado possui o seu Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), instrumento de ordenamento e planejamento econômico e ambiental, a nova Lei Florestal determina que cada um dos 17 estados costeiros façam o seu ZEE Costeiro”, explicou.
Segundo o diretor do MMA, a determinação é que os estudos sejam feitos na escala de 1 para 10 mil. “Isso quer dizer que cada 10km de costa deve ter um mapa de 1 metro, com todas as definições e características daquela área”. Para ele, o objetivo é auxiliar no que for preciso os estados para a realização do estudo, que ainda não tem data para começar. “Estamos numa discussão preliminar sobre esse assunto, já nos antecipando e discutindo como será possível contribuir, no futuro com o ZEE Costeiro, que ainda não tem data para começar”, acrescentou.

NO MUNDO

Ao término da reunião, a analista ambiental do Departamento de Zoneamento Territorial do MMA, Márcia Oliveira, falou sobre a missão brasileira que irá a Espanha, no período de 5 a 9 de novembro. O objetivo será conhecer a experiência espanhola na gestão costeira integrada e seus casos exitosos de aplicação do Sistema de Modelagem Costeira (SMC), ferramenta utilizada para gestão costeira, bem como conhecer o estágio atual da customização do SMC-Brasil.

“Essa missão faz parte de acordo firmado em 2010 entre os governos brasileiro e espanhol”, explica Márcia. O acordo, que é de cooperação técnica, científica e tecnológica, é ferramenta para execução do Projeto Transferência de Metodologias e Ferramentas de Apoio à Gestão da Costa Brasileira, entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), com a participação do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria do Patrimônio da União, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de São Paulo (USP), Universidade da Cantábria (IHC/Espanha) e o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS).

O projeto tem como objetivo contribuir para uma melhor gestão da costa brasileira, permitindo entender e dar soluções a problemas de erosão que ocorrem em quase 40% da costa brasileira, estudar problemas de impacto ambiental, delimitar zonas de domínio público e privado ao longo do litoral permitindo recuperar espaços públicos já ocupados e proteger as populações em áreas de risco.

Por:Paulo de Araújo/MMA

 

Conferência sobre desafios para pesquisadores destaca a riqueza ainda pouco conhecida da biodiversidade presente em ambientes marinhos do país.

[Pesquisas de ciências marinhas: necessidades do Brasil são o aumento da quantidade de cientistas, aporte de recursos para apoio a pesquisas e o estímulo à formação de novos grupos de pesquisa]

Tóquio - Os principais desafios para a pesquisa em biodiversidade marinha e bioprospecção foram temas abordados por Roberto Berlinck, professor do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), no Simpósio Japão-Brasil sobre Colaboração Científica, organizado pela Fapesp e a Sociedade Japonesa para a Promoção da Ciência (JSPS) nos dias 15 e 16 de março, em Tóquio.
No contexto das ciências marinhas, Berlinck avaliou os desafios para o aumento da produção científica do Brasil nas áreas de biologia marinha e biotecnologia marinha a partir de dados divulgados em 2010 pelo SCImago Journal & Country Rank.

O Japão publicou cerca de 2.500 artigos por ano entre 1996 e 2011. A produção brasileira na área cresceu. O país, entretanto, registrava pouco mais de 400 publicações anuais no fim do mesmo período.

Para Berlinck, as necessidades atuais do Brasil são o aumento da quantidade de cientistas envolvidos com as ciências do mar, o aporte adequado de recursos para apoio a pesquisas nessa área e o estímulo à formação de novos grupos de pesquisa.

Na mesma lista, o pesquisador inclui como prioridades a identificação de problemas típicos do Brasil e o compromisso maior com o manejo e gerenciamento sustentável dos recursos e do ambiente marinho.

“A tradição de interesse do Japão pela pesquisa sobre o ambiente marinho pode ser comparada ao maior interesse do Brasil por seus ricos biomas terrestres”, disse Berlinck ao salientar a oportunidade de cooperação entre cientistas dos dois países em projetos sobre a diversidade marinha da costa brasileira, ainda pouco conhecida em seus mais de 8,5 mil quilômetros de extensão.

“A pesquisa em biotecnologia e biodiversidade está crescendo no Brasil desde o fim dos anos 1990, mas hoje precisamos de novas abordagens para investigar questões locais e gerar ciência e tecnologia que também possam ser úteis para o país”, disse.
Coordenador de projetos no âmbito do Programa BIOTA-Fapesp – que há 13 anos apoia em São Paulo pesquisas para caracterização, conservação e uso sustentável de recursos naturais –, Berlinck enfatizou o aporte de R$ 5 milhões (US$ 2,5 milhões) feito pela Fapesp em recente chamada de propostas de pesquisas voltadas para a compreensão de processos, impactos das mudanças climáticas, bioprospecção de organismos marinhos e para a produção e análise de material educativo na área para os níveis fundamental e médio de ensino.
Para Berlinck, outra iniciativa importante de fomento foi o edital divulgado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que aportou R$ 6 milhões (US$ 3 milhões) em 2009 para apoio a projetos sobre o uso sustentável do potencial biotecnológico de ecossistemas marinhos costeiros e áreas marítimas sob jurisdição brasileira.

Segundo Berlinck, o aumento da massa crítica de pesquisadores nas ciências marinhas ainda é uma necessidade no Brasil. “Segundo dados do CNPq, há 645 grupos de pesquisa concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e na região Nordeste, mas há um forte declínio de especialistas em taxonomia, o que não ajuda”, disse.

“No Brasil, há muito a ser feito, tanto em relação à transcrição e conhecimento do número de espécies, como sobre as relações entre elas. Um bom exemplo são os recifes de corais, onde a manutenção da saúde do ambiente depende da concentração de CO2, atualmente em crescimento em decorrência das mudanças climáticas, o que tem reduzido as populações de peixes”, disse o professor da USP.

Colaboração e produção científica

Apesar dos esforços feitos no Brasil para formação de pesquisadores e apoio a projetos nas ciências marinhas, a biotecnologia marinha e a bioprospecção são muito incipientes no país, segundo Berlinck.

“Há muito conhecimento a ser compartilhado com o Japão. Ambientes muito diferentes, com grande potencial para investigação de organismos com características endêmicas específicas no Sul ou com populações de invertebrados semelhantes às do Caribe, no Nordeste, precisam ser mais bem conhecidos, e o Japão tem grande competência para isso”, afirmou.

Segundo Berlinck, é preciso fomentar as discussões para estabelecer projetos em colaboração entre cientistas brasileiros e japoneses, e elas podem começar pela curiosidade sobre as grandes diferenças entre ambientes do Atlântico Sul e do Pacífico Norte, por exemplo.
Fonte: exame.com